Tecnologia já usada em países desenvolvidos e em outros estados do país permite planejamento em 3D e mais segurança para o paciente
A ortopedia do Tocantins acaba de dar um passo importante em direção à inovação. Pela primeira vez no estado, será realizada uma cirurgia de prótese de ombro guiada por GPS — tecnologia que já é tendência em países desenvolvidos e em diversas regiões do Brasil.
O procedimento será conduzido pela equipe da Rede Medical, que já recebeu capacitação específica para o uso dessa técnica. O Grupo Kora comemora os avanços e os médicos ressaltam que os pacientes são os principais beneficiados do uso dessa técnica de ponta.
“Hoje, várias artroplastias na ortopedia são realizadas com o auxílio de GPS. Antes, o planejamento das próteses era feito apenas com base em exames de imagem, como tomografias e radiografias. Agora, além desses exames, utilizamos um software que faz uma pré-montagem da articulação em 3D. Isso nos permite planejar a cirurgia com muito mais precisão”, ressalta o ortopedista, traumatologista e especialista em ombro e cotovelo da Rede Medical, Divino Alves Garcia Junior.
Segundo o especialista, durante a cirurgia, o sistema de GPS oferece direcionamento em tempo real para a colocação exata de implantes, órteses, placas, parafusos e hastes.
“A diferença é enorme, enquanto o planejamento das próteses tradicionais é estático, nesta técnica ele é dinâmico, baseado em um modelo virtual da articulação real do paciente. Isso garante uma adaptação anatômica mais fiel, o que resulta em melhor funcionalidade e menor risco de complicações”, afirma.
Recomendações
As indicações mais comuns para o uso da prótese de ombro guiada por GPS são casos de artrose — desgaste natural da articulação —, artropatia do manguito rotador e sequelas de fraturas que não cicatrizaram corretamente. “A artrose ainda é a principal indicação, mas essa tecnologia também tem sido essencial em casos mais complexos, com deformidades ósseas”, destaca Divino Júnior.
A técnica vem se consolidando como padrão em países onde os softwares foram desenvolvidos. “Hoje, grande parte das cirurgias ortopédicas nesses locais já é feita com GPS, e o Brasil está acompanhando essa evolução. A novidade é que essa tecnologia chega agora ao Norte do país, disponível não só para a rede privada e planos de saúde, mas também para pacientes do SUS”, reitera o cirurgião.
Outro benefício destacado é a capacitação dos profissionais. “Nossa equipe participou de um curso específico sobre o manejo do material há cerca de um ano e meio. Além disso, as empresas que fornecem os implantes costumam disponibilizar ortopedistas especializados para auxiliar nas primeiras cirurgias”, explica o médico.
Entre as vantagens do uso do GPS em cirurgias ortopédicas estão maior precisão nos cortes ósseos, melhor posicionamento da prótese, menor risco de infecções e menor chance de soltura do material. “Tudo isso resulta em recuperação mais rápida e qualidade de vida para o paciente”, ressalta Divino Júnior.