Foi vendo o movimento de professores preparando as aulas e falando sobre os conteúdos que a então porteira Filomena Carvalho de Souza desejou ser professora. E para realizar o seu sonho, foi estudar e fez o curso de Magistério. Atualmente, Filomena ministra aulas para turmas da segunda fase do ensino fundamental no Colégio Militar Diaconízio Bezerra da Silva, localizado em Paraíso do Tocantins.
A sua trajetória profissional começou em março de 1989, trabalhando como porteira e servente numa escola estadual em Porto Nacional, depois, ela foi transferida para Paraíso do Tocantins e foi trabalhar na portaria da Diretoria Regional de Educação (DRE) e, na ocasião, começou a ministrar aulas numa escola municipal.
Filomena nunca deixou de sonhar, de buscar a estabilidade profissional e de ter uma vida melhor. Um dia ela soube que o Governo do Estado tinha lançado o programa de Formação de Professores e logo se inscreveu. E foi fazer a sua graduação nos finais de semana.
Ela trabalhava de manhã como professora, à tarde na DRE e, no período da noite, trabalhava no programa ABC da Cidadania. Como mulher, Filomena enfrentou muitas lutas para criar os filhos ao mesmo tempo em que tinha que trabalhar, cuidar de um esposo com problemas de saúde, se dedicar à educação dos filhos e cuidar de si mesma. “Eu fazia todos os cursos que apareciam, sempre perseverei e todos me ajudavam a vencer na minha caminhada. Eu tinha um desejo forte de construir uma vida com mais prosperidade”.
Em 2004, a professora Filomena foi trabalhar no Colégio Estadual José Nézio Ramos, no setor Pouso Alegre. Lá ela ministrava aulas de Química, Biologia e Física. Ela trabalhou nesse colégio por 12 anos, e depois foi para o Colégio Estadual Diaconízio Bezerra da Silva, que depois passou a ser uma unidade de ensino militar.
E, neste mesmo ano, ela perdeu o contrato, seu esposo faleceu e ela ainda enfrentou problemas de saúde, ficou por alguns meses numa situação crítica e, como uma fênix, levantou a cabeça e prosseguiu na vida. E entre os seus momentos críticos está a perda de um dos seus três filhos, em outubro de 2022.
“Eu venci com muita luta, ajudei a cuidar de minha mãe, sempre procurei ser responsável e exercer com maestria as minhas tarefas. Escolhi a área da educação porque via os professores e imaginava ‘quero ser assim’, e hoje sou muito feliz. Os alunos representam a esperança, nos motivam, nos animam. E presenciar a evolução de um aluno na sala de aula é motivo de gratidão”, comentou. Atualmente a professora Filomena espera se aposentar e passar os seus dias numa fazenda dedicando o seu tempo para cuidar das plantas e apreciar a beleza das flores.