MPTO

Empresas são condenadas por transporte ilegal de carvão e terão que pagar mais de R$ 80 mil em indenizações

AGUIARNÓPOLIS (TO)- Duas empresas, uma de Colinas (MA) e outra de Marabá (PA), foram condenadas pela Justiça do Tocantins por transportar carvão vegetal sem a licença ambiental exigida. A decisão foi proferida nesta quarta-feira (13) pelo juiz Helder Carvalho Lisboa, do Juizado Especial Criminal de Tocantinópolis, e inclui o pagamento de 30 salários mínimos e indenização coletiva de R$ 80 mil.

O caso teve início em 4 de fevereiro de 2023, quando a Polícia Rodoviária Federal interceptou um caminhão na BR-230, em Aguiarnópolis, carregando 150 m³ de carvão. A documentação apresentada não correspondia à carga, e perícia do Ibama constatou que o material era majoritariamente de madeira nativa, apesar de notas fiscais indicarem eucalipto.

Durante o processo, o motorista firmou acordo e deixou de responder à ação. Três empresas foram denunciadas, mas apenas duas tiveram a sentença publicada agora. A terceira segue em processo separado, já que os responsáveis não foram localizados.

Na sentença, o magistrado destacou que o transporte irregular compromete a preservação ambiental e confirmou que a autorização apresentada no momento da abordagem não tinha validade legal. O carvão apreendido foi destinado ao abrigo de idosos Casa Divina Providência, em Tocantinópolis.

A decisão ainda cabe recurso ao Tribunal de Justiça.

Sampaio: Promotor de Justiça visita programa de atendimento a crianças e adolescentes neurodivergentes

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O promotor de Justiça Elizon de Sousa Medrado esteve, na última segunda-feira (11), em Sampaio, para conhecer o Programa de Atendimento às Crianças e Adolescentes Neurodivergentes (Proneuro-CA), implantado pela Secretaria Municipal de Saúde. A visita teve como objetivo acompanhar de perto o funcionamento do serviço, avaliar resultados já alcançados e discutir estratégias para ampliar e qualificar o atendimento.

Criado em abril de 2024, o Proneuro-CA oferece acompanhamento especializado a crianças e adolescentes com condições como Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH, Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) e Deficiência Intelectual (DI), entre outras.

O trabalho é realizado por uma equipe multiprofissional formada por psicólogo, neuropsicopedagogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e psiquiatra, garantindo assistência contínua e adaptada às necessidades individuais de cada paciente, sem que seja necessário buscar tratamento fora do município.

Durante a visita, o promotor pôde acompanhar o fluxo de atendimento e conversar com profissionais sobre desafios e perspectivas para o fortalecimento do programa, que tem se consolidado como referência regional na atenção à saúde mental infantojuvenil.

Foto: Divulgação/ MPTO

Mais de 600 hectares desmatados entram na mira do Ministério Público no Tocantins

Por Daiane Silva | Foto: Divulgação MPTO

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) iniciou, em junho, uma operação para fiscalizar 38 propriedades rurais que assinaram Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) comprometendo-se a recuperar cerca de 600 hectares de Reserva Legal desmatada ilegalmente no estado. As áreas equivalem, aproximadamente, a 840 campos de futebol.

A iniciativa busca verificar se os proprietários estão cumprindo os acordos firmados entre 2023 e 2024, que incluem obrigações como a apresentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a suspensão de atividades produtivas em áreas protegidas e a implementação de projetos de recuperação da vegetação nativa.

Durante a primeira etapa de vistorias em campo, realizada entre os dias 10 e 13 de junho, foram inspecionados imóveis nos municípios de Itaguatins, Maurilândia do Tocantins, Tocantinópolis e Guaraí. Em todos os casos, o MPTO identificou descumprimentos parciais das cláusulas dos TACs. Entre as irregularidades estão a ausência de projetos de recuperação, a não solicitação de licenças ambientais e o uso contínuo das áreas protegidas para fins agroindustriais.

O órgão afirma que continuará monitorando o cumprimento dos compromissos por meio de imagens de satélite, sobrevoos com drones e uma plataforma digital que cruza dados de diversas fontes. A ferramenta reúne informações como focos de calor, alertas de desmatamento e imagens atualizadas, auxiliando na definição de prioridades para as próximas fiscalizações.

O cronograma de vistorias seguirá ao longo de 2025 e também no ano de 2026, com foco inicial em imóveis que apresentam sinais de descumprimento. No caso de infrações, os TACs preveem multas, abertura de ações civis públicas e até responsabilização criminal.

O MPTO também pretende ampliar o monitoramento para outros tipos de acordos firmados com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), além de negociar novos termos com produtores que ainda não regularizaram suas situações ambientais.