AUGUSTINÓPOLIS – O delegado da Polícia Civil de Augustinópolis, Jacson Wutke, foi o convidado especial do Quintus Podcast, realizado nesta terça-feira (9). Em uma conversa bem-humorada e leve, ele relembrou a própria história, falou sobre os desafios da profissão e dividiu reflexões sobre educação, cidadania e a importância da união da comunidade.
Natural do Paraná, Jacson cresceu em Santa Rosa, uma cidade pequena de pouco mais de 7 mil habitantes. Caçula de quatro irmãos, saiu de casa aos 17 anos para estudar e ingressou na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Ele contou que nem tudo foi fácil no início, especialmente com a matemática. “Eu era péssimo, cheguei a zerar em provas de matemática”, recordou, arrancando risadas ao comentar as dificuldades escolares.
Mesmo assim, a educação sempre foi a base em sua vida. O delegado destacou o incentivo constante dos pais, que batalharam muito para que os filhos estudassem. Ele trouxe à memória um ensinamento marcante da mãe: “a caneta é mais leve que a enxada”.
Paixão pela profissão
Quando o assunto foi a rotina na Polícia Civil, o tom entusiasmado chamou atenção. Jacson disse que exercer a função de delegado é quase como viver um hobby.
“É como se me pagassem para fazer meu passatempo favorito. Acho maravilhoso. Não tem sensação melhor do que você descobrir, ir atrás e dizer: rapaz, te peguei, agora não tem para onde correr, meu amigo. E quanto mais difícil, melhor”, relatou com sorriso no rosto.
Ele também refletiu sobre os desafios do início da carreira em Augustinópolis. Ao chegar à delegacia, encontrou uma estrutura precária e se viu como o mais novo da equipe, com pouca experiência prática em comparação aos colegas. Para enfrentar essa fase, lembrou uma frase do filósofo Mário Sérgio Cortella que carrega até hoje: “faça o melhor que você tem enquanto você não tem condições de fazer melhor ainda”.

Conscientização e proximidade com a comunidade
Durante a entrevista, Jacson falou ainda sobre campanhas educativas que tem conduzido na cidade, como a de conscientização sobre escapamentos de motos barulhentas. Segundo ele, o foco inicial é sempre orientar, para depois aplicar medidas mais rígidas.
O delegado também destacou a união entre comerciantes, órgãos públicos e produtores da região, apontando Augustinópolis como uma cidade colaborativa. “Não pretendo sair daqui, gosto bastante da cidade”, afirmou.
Cidadania no dia a dia
De forma descontraída, Jacson defendeu que cobrar do poder público é essencial, mas que cada pessoa também precisa olhar para suas próprias atitudes. Para ilustrar, contou um episódio curioso: certa vez, viu uma mulher jogar uma garrafinha plástica na rua e pediu que ela a recolhesse. “A gente tem que cobrar, claro, é nosso direito. Mas também precisa se perguntar: eu estou fazendo a minha parte? Estou fazendo o melhor?”, destacou.
Entre risadas, lembranças pessoais e frases de impacto, o delegado mostrou um lado próximo e humano, revelando que, por trás da farda, há alguém que valoriza a educação, acredita na perseverança e aposta na união da comunidade como caminho para o crescimento coletivo.
