Uma mulher está sendo investigada pela Polícia Federal por suspeita de compartilhar fotos e vídeos do próprio filho em situações de violência sexual. O mandado de busca e apreensão foi cumprido nesta quinta-feira (24), em Palmas, durante a Operação Guardião do Futuro V.
De acordo com a investigação, o conteúdo foi publicado em uma plataforma de vídeos pela própria mãe da criança, que agora está sob os cuidados do Conselho Tutelar. Os agentes apreenderam um celular e um notebook na residência da suspeita. O material será analisado por peritos da PF para aprofundar as investigações.
O caso foi descoberto após a identificação de arquivos que circulavam online com imagens explícitas envolvendo uma criança. A partir disso, os agentes conseguiram rastrear a origem do material, que teria sido produzido pela própria responsável legal pela vítima.
A mulher, que não teve a identidade revelada, pode responder por crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. Caso condenada, a pena pode chegar a até dez anos de prisão. A PF ainda apura se há outros envolvidos no esquema de exploração sexual infantil.
A Operação Guardião do Futuro V atua no combate ao abuso e à exploração de crianças e adolescentes em todo o estado do Tocantins.
Uma operação conjunta da Polícia Federal e da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego resgatou 49 trabalhadores em condições análogas à escravidão na zona rural de Benedito Leite, a 522 km de São Luís. A ação aconteceu entre os dias 26 de maio e 6 de junho, mas só foi divulgada nesta segunda-feira (15).
De acordo com os agentes, os trabalhadores estavam submetidos a jornadas exaustivas, alojados em condições precárias e atuavam, principalmente, em uma carvoaria instalada na propriedade. O local não oferecia estruturas mínimas de higiene, segurança ou dignidade.



Os responsáveis pela fazenda já foram identificados e deverão pagar as verbas rescisórias e indenizações por danos morais aos trabalhadores. A Polícia Federal informou que um inquérito será instaurado para apurar o caso. Os investigados podem responder pelo crime de redução de pessoas à condição análoga à escravidão, previsto no artigo 149 do Código Penal brasileiro.
📊 Queda no número de resgates no país: mais de 1,6 mil libertações em 2024
Dados do relatório Conflitos no Campo Brasil 2024, divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), revelam que, no último ano, 1.622 trabalhadores foram resgatados de condições de trabalho análogas à escravidão em áreas rurais brasileiras. O número representa uma redução de 39% em relação a 2023, quando foram registrados 2.663 resgates, o maior número da última década.
A queda, segundo a CPT, está relacionada à greve dos Auditores-Fiscais do Trabalho (AFTs) iniciada em março de 2024, devido ao sucateamento da categoria e à luta por melhores condições de trabalho.
Mesmo com a redução, Minas Gerais segue liderando o ranking, com 37 ocorrências e 479 trabalhadores resgatados, seguido por São Paulo (357 resgatados), Mato Grosso do Sul (124), Amazonas (103), Espírito Santo e Goiás (83 cada), e Maranhão, com 82 trabalhadores libertados em 10 ações.
🔎 Atividades com mais casos
As principais atividades envolvidas nos resgates foram:
Produção de café – 237 trabalhadores libertados em MG, ES e BA;
Lavoura de cebola – 194 resgates, principalmente em SP e MG;
Pecuária – 137 trabalhadores resgatados, com destaque para o Centro-Oeste.
Outras atividades como mineração, produção de etanol, desmatamento ilegal, garimpo e lavoura de uva e maçã também figuram entre os principais cenários de exploração.
COMO O JORNALISMO PODE AJUDAR VOCÊ?
Se você está enfrentando condições de trabalho análogas à escravidão ou conhece alguém que esteja passando por essa realidade, entre em contato com a redação do Bicoline. Nosso compromisso é com a justiça social, e o jornalismo também é uma ferramenta de denúncia e transformação. Casos de exploração não estão restritos apenas às lavouras do interior; ocorrem em diversas atividades e também nas cidades, envolvendo trabalhadores de diferentes setores. Dar visibilidade a essas situações é uma forma de lutar por dignidade, direitos e respeito.

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (17), a Operação Duplo Ardil, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso suspeito de fraudar benefícios de salário-maternidade. A ação ocorreu nas cidades de Gurupi e Araguaína, com o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão.
As investigações apontaram que os envolvidos usavam vínculos empregatícios fictícios para obter os benefícios de forma ilícita. Após a liberação dos valores, as beneficiárias eram obrigadas a repassar metade do salário-maternidade ao grupo criminoso. Em alguns casos, segundo a PF, as mulheres não tinham conhecimento da fraude e, ao serem notificadas, descobriam que estavam em débito com o INSS.
O prejuízo estimado ultrapassa R$ 1 milhão aos cofres públicos. Os envolvidos podem ser indiciados pelos crimes de estelionato contra a administração pública e associação criminosa. As penas somadas podem chegar a nove anos e oito meses de prisão.
De acordo com a Polícia Federal, o nome da operação, Duplo Ardil, faz referência à estratégia de enganar simultaneamente a Previdência Social e as próprias beneficiárias, explorando a vulnerabilidade de mulheres em situação de fragilidade social.
Mandados de busca foram cumpridos em Ananás nesta terça-feira (17); suspeitos teriam desviado recursos públicos por meio de licitações fraudulentas.
Na manhã desta terça-feira (17), a Polícia Federal deflagrou a Operação Socium no município de Ananás, localizado na região do Bico do Papagaio, norte do Tocantins. A ação investiga um possível esquema criminoso envolvendo agentes públicos e empresários, suspeitos de fraudar processos licitatórios e desviar recursos destinados à execução de obras públicas.
De acordo com as informações apuradas durante o inquérito, as licitações eram manipuladas para favorecer empresas previamente escolhidas, comprometendo a legalidade e a competitividade dos certames. No entanto, os contratos firmados com essas empresas não correspondiam à realidade: os serviços contratados, quando realizados, eram executados pelos próprios servidores das prefeituras envolvidas, enquanto os valores pagos às empresas seriam repassados entre os membros do grupo.
A operação cumpre três mandados de busca e apreensão autorizados pela 1ª Vara Federal Cível e Criminal da Subseção Judiciária de Araguaína. As ações visam reunir provas e aprofundar as investigações sobre o funcionamento e a extensão da suposta organização criminosa.
Caso sejam confirmadas as suspeitas, os envolvidos poderão responder por diversos crimes, incluindo fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas podem ultrapassar os 40 anos de prisão, conforme a gravidade de cada conduta.
A Polícia Federal não divulgou, até o momento, os nomes dos investigados nem os valores estimados dos desvios.
Na manhã desta sexta-feira (30), a Polícia Federal deflagrou a 9ª fase da Operação Sisamnes, que apura um suposto esquema de venda e vazamento de decisões judiciais do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Um dos alvos da operação foi o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, que teve sua casa e seu gabinete na prefeitura vasculhados pelos agentes federais.
Além da residência e do gabinete do prefeito, também foram realizadas buscas na unidade penal de Palmas. A ação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluiu o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão no estado do Tocantins.
Eduardo Siqueira nega irregularidades
Em resposta à operação, o prefeito Eduardo Siqueira negou qualquer envolvimento com esquemas de corrupção ou vazamento de decisões judiciais. “Sou fonte de muita gente”, afirmou em entrevista, tentando justificar o fato de ter sido citado em conversas relacionadas ao vazamento de informações sigilosas. Ele também declarou estar colaborando com as autoridades e disposto a esclarecer todos os fatos.
Entenda por que a operação está acontecendo
A Operação Sisamnes foi iniciada após a Polícia Federal ter acesso a mensagens encontradas no celular de um advogado assassinado em Mato Grosso, que indicavam a existência de uma rede criminosa formada por advogados, servidores públicos e autoridades. O grupo estaria envolvido na negociação de sentenças e no repasse de informações sigilosas sobre investigações em andamento.
Segundo a PF, os integrantes dessa rede criminosa frustravam o trabalho policial ao vazar decisões judiciais e operações em sigilo, beneficiando investigados em processos sensíveis. A investigação revelou ainda que valores poderiam ter sido pagos para que decisões fossem manipuladas ou antecipadas.
O nome da operação faz referência a Sisamnes, um juiz persa da Antiguidade que foi exemplarmente punido por se corromper no exercício da magistratura — uma metáfora para o rigor com que a Justiça busca lidar com esse tipo de crime.
Próximos passos
As investigações continuam em sigilo, e a Polícia Federal não descarta novas fases da operação. A Prefeitura de Palmas ainda não se pronunciou oficialmente por meio de nota institucional até o momento desta publicação.
