A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (17), a Operação Duplo Ardil, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso suspeito de fraudar benefícios de salário-maternidade. A ação ocorreu nas cidades de Gurupi e Araguaína, com o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão.
As investigações apontaram que os envolvidos usavam vínculos empregatícios fictícios para obter os benefícios de forma ilícita. Após a liberação dos valores, as beneficiárias eram obrigadas a repassar metade do salário-maternidade ao grupo criminoso. Em alguns casos, segundo a PF, as mulheres não tinham conhecimento da fraude e, ao serem notificadas, descobriam que estavam em débito com o INSS.
O prejuízo estimado ultrapassa R$ 1 milhão aos cofres públicos. Os envolvidos podem ser indiciados pelos crimes de estelionato contra a administração pública e associação criminosa. As penas somadas podem chegar a nove anos e oito meses de prisão.
De acordo com a Polícia Federal, o nome da operação, Duplo Ardil, faz referência à estratégia de enganar simultaneamente a Previdência Social e as próprias beneficiárias, explorando a vulnerabilidade de mulheres em situação de fragilidade social.
Mandados de busca foram cumpridos em Ananás nesta terça-feira (17); suspeitos teriam desviado recursos públicos por meio de licitações fraudulentas.
Na manhã desta terça-feira (17), a Polícia Federal deflagrou a Operação Socium no município de Ananás, localizado na região do Bico do Papagaio, norte do Tocantins. A ação investiga um possível esquema criminoso envolvendo agentes públicos e empresários, suspeitos de fraudar processos licitatórios e desviar recursos destinados à execução de obras públicas.
De acordo com as informações apuradas durante o inquérito, as licitações eram manipuladas para favorecer empresas previamente escolhidas, comprometendo a legalidade e a competitividade dos certames. No entanto, os contratos firmados com essas empresas não correspondiam à realidade: os serviços contratados, quando realizados, eram executados pelos próprios servidores das prefeituras envolvidas, enquanto os valores pagos às empresas seriam repassados entre os membros do grupo.
A operação cumpre três mandados de busca e apreensão autorizados pela 1ª Vara Federal Cível e Criminal da Subseção Judiciária de Araguaína. As ações visam reunir provas e aprofundar as investigações sobre o funcionamento e a extensão da suposta organização criminosa.
Caso sejam confirmadas as suspeitas, os envolvidos poderão responder por diversos crimes, incluindo fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas podem ultrapassar os 40 anos de prisão, conforme a gravidade de cada conduta.
A Polícia Federal não divulgou, até o momento, os nomes dos investigados nem os valores estimados dos desvios.
Na manhã desta sexta-feira (30), a Polícia Federal deflagrou a 9ª fase da Operação Sisamnes, que apura um suposto esquema de venda e vazamento de decisões judiciais do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Um dos alvos da operação foi o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, que teve sua casa e seu gabinete na prefeitura vasculhados pelos agentes federais.
Além da residência e do gabinete do prefeito, também foram realizadas buscas na unidade penal de Palmas. A ação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluiu o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão no estado do Tocantins.
Eduardo Siqueira nega irregularidades
Em resposta à operação, o prefeito Eduardo Siqueira negou qualquer envolvimento com esquemas de corrupção ou vazamento de decisões judiciais. “Sou fonte de muita gente”, afirmou em entrevista, tentando justificar o fato de ter sido citado em conversas relacionadas ao vazamento de informações sigilosas. Ele também declarou estar colaborando com as autoridades e disposto a esclarecer todos os fatos.
Entenda por que a operação está acontecendo
A Operação Sisamnes foi iniciada após a Polícia Federal ter acesso a mensagens encontradas no celular de um advogado assassinado em Mato Grosso, que indicavam a existência de uma rede criminosa formada por advogados, servidores públicos e autoridades. O grupo estaria envolvido na negociação de sentenças e no repasse de informações sigilosas sobre investigações em andamento.
Segundo a PF, os integrantes dessa rede criminosa frustravam o trabalho policial ao vazar decisões judiciais e operações em sigilo, beneficiando investigados em processos sensíveis. A investigação revelou ainda que valores poderiam ter sido pagos para que decisões fossem manipuladas ou antecipadas.
O nome da operação faz referência a Sisamnes, um juiz persa da Antiguidade que foi exemplarmente punido por se corromper no exercício da magistratura — uma metáfora para o rigor com que a Justiça busca lidar com esse tipo de crime.
Próximos passos
As investigações continuam em sigilo, e a Polícia Federal não descarta novas fases da operação. A Prefeitura de Palmas ainda não se pronunciou oficialmente por meio de nota institucional até o momento desta publicação.
