Em vídeo, Mauro Carlesse acusa pré-candidato da região de tentar assumir mérito pela implantação do curso de Medicina no Bico do Papagaio
2025 e o clima político no Tocantins já começou a esquentar. Pré-candidatos se movimentam nos bastidores, discursos se afiam e as alfinetadas públicas já ganharam as redes sociais. De um lado, o ex-governador Mauro Carlesse, que tenta retornar ao Palácio Araguaia como pré-candidato ao governo. Do outro, o deputado estadual Amélio Cayres (Republicanos), atual presidente da Assembleia Legislativa e nome apoiado pelo governador Wanderlei Barbosa, que se despede do mandato. Um vídeo recente divulgado nas redes sociais pelo ex-governador Mauro Carlesse causou repercussão ao colocar em xeque a atuação do deputado estadual Amélio Cayres na criação do curso de Medicina da Unitins em Augustinópolis, no Bico do Papagaio.
Na gravação, Carlesse afirma que foi ele quem viabilizou a chegada do curso ao município e acusa um “candidato a governador”, sem mencionar nomes, de estar tentando assumir o crédito por uma conquista que, segundo ele, não lhe pertence.
“Eu estava vendo um vídeo de um candidato a governador dizendo que levou a universidade de Medicina pra Augustinópolis. Eu vou dizer pra ele que ele tá mentindo. Quem levou a universidade pra Augustinópolis fui eu, Carlesse, e com muito esforço”, afirmou.
O ex-governador ainda alegou que, durante sua gestão, convocou os deputados estaduais a colaborarem com emendas para viabilizar o projeto, e criticou o parlamentar citado por, segundo ele, “nunca ter mexido uma palha” pela iniciativa.
“Muito ao contrário. Ele nunca disse em público que ia trazer a universidade pra cá”, completou.
Apesar das críticas feitas por Carlesse, vídeos antigos de entrevistas com Amélio Cayres mostram que o deputado reconheceu publicamente o papel do então governador na concretização do curso. Em fala registrada na época da implantação, Amélio comentou:
“Independentemente da situação política, o ex-governador Mauro Carlesse contribuiu. E eu devo isso a ele também. A gente tem que reconhecer o que o cidadão fez.”
Na mesma entrevista, o deputado narra os bastidores da mobilização pela criação do curso e revela que buscou alternativas junto à UnirG, enfrentando barreiras políticas, até que a proposta fosse viabilizada de forma gratuita pela Unitins:
“Foi um sonho, um privilégio. No Tocantins, era a primeira região a instalar o curso de Medicina gratuito pela Unitins. Hoje, o Bico-Papagaio tem a primeira faculdade gratuita de Medicina do estado.”
Segundo ele, houve um esforço coletivo, com o apoio de outros parlamentares, mas também um contexto de disputas institucionais e políticas:
“Criou-se um ciúme político entre o ex-governador e o então gestor da UnirG. Propus levar pela Unitins, e o governador, ao consultar a Casa Civil, sinalizou que era possível. A partir daí, fizemos o compromisso.”