Um protocolo registrado na Ouvidoria do Ministério Público do Tocantins (MPTO) trouxe à tona denúncias de supostas irregularidades envolvendo a atual presidente da Câmara Municipal de Xambioá, vereadora Adriana. O documento, datado de 4 de dezembro de 2024, foi enviado de forma anônima por um morador da cidade que relata insatisfação com o uso de recursos públicos no município.
Segundo o relato, a obra realizada no prédio da Câmara foi anunciada como uma nova sala de reuniões para os vereadores, mas teria se transformado apenas em um anexo pequeno e administrativo, apelidado por populares de “quitinete da Adriana”. A denúncia aponta que a construção teria custado quase R$ 1 milhão, valor considerado desproporcional diante da dimensão do espaço entregue.
O documento também levanta suspeitas de que, paralelamente à execução da obra pública, a presidente da Câmara teria iniciado uma construção em sua própria residência, o que gerou questionamentos na comunidade.
Além disso, o denunciante cita indícios de uso irregular de combustível, possível existência de depósito clandestino e menções a suposta prática de agiotagem envolvendo familiares da vereadora. Há ainda acusações de compra de votos durante a eleição para a Mesa Diretora da Câmara.
O histórico de controvérsias da parlamentar também é mencionado. De acordo com a denúncia, a vereadora já teria sido alvo de questionamentos sobre o uso de veículos oficiais em atividades pessoais, incluindo um acidente com perda total de um automóvel da Câmara durante viagem a Araguaína.
O manifestante cobra atuação mais firme do Ministério Público em Xambioá, alegando que processos envolvendo a vereadora estariam parados há anos. “É revoltante ver tudo isso acontecer a olho nu e nada ser feito”, afirma no documento.
Até o momento, não há posicionamento oficial da Câmara Municipal de Xambioá nem da vereadora Adriana sobre as acusações. O Ministério Público do Tocantins também não se manifestou publicamente a respeito da denúncia registrada.
Com mais de 95% das obras concluídas, a ponte sobre o Rio Araguaia, que vai ligar Xambioá (TO) a São Geraldo do Araguaia (PA), ainda não tem previsão concreta de entrega. Apesar da estrutura principal estar praticamente finalizada, a falta dos acessos impede a liberação para o tráfego de veículos. O impasse está no lado paraense, onde os processos de desapropriação seguem em andamento. No Tocantins, essa etapa já foi concluída no início de 2025.
O projeto, que teve início ainda em 2017, durante o governo Michel Temer, acumulou atrasos, mudanças no orçamento e disputa judicial. Orçada inicialmente em R$ 132 milhões, a ponte hoje já ultrapassa os R$ 230 milhões, somando os custos da estrutura e dos acessos.
Enquanto isso, a travessia entre os dois estados continua sendo feita por balsas — um serviço que enfrenta dificuldades logísticas, principalmente durante o período de estiagem. Recentemente, uma das embarcações colidiu com um dos pilares da ponte em construção, o que levou à suspensão temporária da balsa envolvida no acidente. Segundo a Marinha do Brasil, uma investigação foi aberta para apurar as causas da colisão.
A ponte terá 1.724 metros de extensão e, segundo o governo federal, deve beneficiar mais de 1,5 milhão de pessoas, facilitando o escoamento da produção e o deslocamento entre os estados. No entanto, enquanto os acessos não forem construídos, trecho que exige cerca de R$ 28,6 milhões adicionais, a estrutura segue sem utilidade prática.
As audiências de conciliação para resolver as desapropriações no Pará estão previstas para os dias 6 e 7 de agosto. Mesmo com previsão de entrega até o fim de 2025, a indefinição preocupa moradores e motoristas que seguem enfrentando longas filas e atrasos na travessia.
Foto: Ricardo Botelho
Uma idosa de 63 anos foi atacada com golpes de foice na manhã deste domingo (8), dentro de uma igreja localizada na Avenida Aureliano Ribeiro, em Araguanã, região norte do Tocantins. O agressor, um homem de 45 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar e autuado por tentativa de homicídio.
De acordo com informações da PM, o ataque foi repentino e direcionado de forma aleatória contra a vítima. Ela sofreu ferimentos graves no braço direito e na perna esquerda, sendo socorrida e levada para o Hospital Regional de Xambioá. O estado de saúde dela não foi divulgado.
Após a agressão, o suspeito fugiu do local, mas foi localizado por militares com apoio de testemunhas. A arma usada no crime, uma foice, foi apreendida. Segundo a corporação, o homem tem histórico de transtornos psicológicos.
A Secretaria de Segurança Pública do Tocantins informou que o suspeito foi autuado em flagrante e, após os procedimentos na delegacia, será encaminhado à Unidade Penal de Araguaína.
O nome do agressor não foi divulgado até o momento, e a reportagem não conseguiu contato com sua defesa.
Um advogado foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (5), em Xambioá, no norte do Tocantins, após investigação do Ministério Público do Tocantins (MPTO). A prisão foi solicitada pelo promotor de Justiça Helder Lima Teixeira e acatada pela 1ª Escrivania Criminal da cidade.
De acordo com o MPTO, o profissional é suspeito de cometer diversos crimes enquanto exercia a advocacia, como apropriação indébita majorada, falsificação de documento público e patrocínio infiel. A decisão judicial destaca a “habitualidade criminosa” do investigado e o fato de que ele se aproveitava da condição de advogado para enganar clientes em situação de vulnerabilidade.
Em um dos casos, o advogado teria cobrado valores indevidos de um agricultor, ao mesmo tempo em que já havia comprado o imóvel que era objeto da ação judicial. Além disso, ele teria apresentado à família da vítima um despacho falso, mesmo sem ter sequer protocolado a ação. O caso envolve ainda a suspeita de conflito de interesses.
Segundo a Promotoria de Justiça, esse não é um fato isolado. O advogado responde a outras quatro ações penais na comarca, todas relacionadas a práticas ilícitas no exercício da profissão, com prejuízo a clientes humildes.
A investigação continua sob responsabilidade do MPTO.