Os deputados estaduais aprovaram nessa quarta-feira, 22, em comissões temáticas da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), emendas substitutivas e modificativas ao Projeto de Lei (PL) nº 20/2025, que dispõe sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Educação Básica Pública do Tocantins (PCCR). As emendas, propostas pelos deputados Marcus Marcelo (PL) e Júnior Geo (PSDB), ampliam direitos dos professores que não estavam previstos no texto original apresentado pelo Governo do Estado.
Com as modificações, o PCCR garante o direito à avaliação, para efeito de progressão, dos professores que estejam lotados em setores administrativos da Secretaria da Educação e das unidades escolares, ou ainda, que estejam cedidos para outros órgãos da administração pública ou entidades conveniadas.
As alterações também incluem no PCCR, o direito à licença remunerada para qualificação profissional do servidor da educação, em cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), sem prejuízo na contagem de tempo e no processo de avaliação para a progressão.
De acordo com o deputado Marcus Marcelo, relator do texto na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e também na Comissão de Educação, Cultura e Desporto, todas as alterações foram realizadas em consenso com representantes da categoria sindical dos profissionais da Educação do Estado.
Com a aprovação na CCJ, Comissão de Finanças, Comissão de Defesa do Consumidor e Comissão de Educação, o PCCR agora aguarda sua inclusão na Ordem do Dia para ser votado no plenário da Aleto. A expectativa é que isso ocorra na próxima terça-feira, 28, quando é celebrado o Dia do Servidor Público.
PCCR da Educação
O texto tem o propósito de reorganizar a estrutura dos cargos e carreiras, disciplinar os critérios de evolução funcional, padronizar as jornadas de trabalho e instituir o descanso de voz ao professor regente, preservando direitos e condições adequadas no exercício profissional.
Em relação às progressões, a proposta estabelece um acréscimo de 7% sobre o vencimento de referência na progressão horizontal. Já na progressão vertical, o aumento é de 9% sobre o vencimento de um nível para o subsequente.
O enquadramento dos profissionais da Educação na nova tabela segue conforme o nível e a referência em que eles se encontram atualmente. Os salários variam de R$ 6.130,70 para professor de nível I – A, em início de carreira, a R$ 17.881,13 para professor de nível VI – M, que corresponde ao topo da carreira funcional.
O presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), deputado Valdemar Júnior (Republicanos), indicou o deputado Marcus Marcelo (PL) como relator do projeto de lei que dispõe sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Educação Básica Pública do Tocantins (PCCR). A reunião da comissão em que o relator foi indicado aconteceu no início da tarde desta terça-feira, 21, no plenarinho da Casa.
Com o intuito de garantir celeridade na análise das emendas que serão apresentadas ao texto do PCCR, Valdemar Júnior convocou para esta quarta-feira, 22, às 12 horas, reunião extraordinária da CCJ. “Temos algumas questões para serem corrigidas nesse PPCR e vamos estudar, de hoje para amanhã, essa situação, até porque eu já recebi, inclusive, servidores da Educação para fazermos apontamentos específicos sobre situações que não estão sendo contempladas para alguns dos profissionais de carreira da categoria”, justificou.
Embora tenha votado favoravelmente à convocação de reunião extraordinária da CCJ, o deputado Professor Júnior Geo (PSDB) apresentou o posicionamento de que as discussões sobre o PL na Assembleia sejam feitas de forma mais compassada, já que o Governo do Estado sinalizou que o pagamento das remunerações estabelecidas pelo PCCR só será feito a partir de dezembro. “Nós temos emendas ainda a serem apresentadas. Eu entendo a necessidade [da agilidade], eu entendo a busca de alguns por extrema celeridade, mas talvez a pressa seja inimiga da perfeição”, ponderou.
O deputado Gutierres Torquato (PDT) também demonstrou ser favorável às discussões sobre emendas ao novo plano de carreira, mas demonstrou preocupação com a possibilidade de desconfiguração do texto apresentado pelo Executivo. “É só para tomarmos cuidado na questão das emendas apresentadas aqui nesta Casa, para que não tenhamos depois, junto ao Poder Executivo, qualquer transtorno sobre vetos, para a matéria não voltar para cá e nós nos colocarmos numa situação de completa complicação junto ao segmento organizado da Educação”, alertou.
O presidente da CCJ fez uma defesa enfática da prerrogativa dos parlamentares de apresentar emendas, promover discussões e fazer adequações ao PL do PCCR da Educação, conciliando os interesses do Executivo, do Legislativo e da categoria.
Além da CCJ, o projeto de lei também será analisado por mais três comissões: Finanças, Tributação, Fiscalização e Controle; Educação, Cultura e Desporto; e Administração, Trabalho, Defesa do Consumidor, Transportes, Desenvolvimento Urbano e Serviço Público.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet) reafirmou a paralisação da categoria para quarta-feira, 1º de outubro, caso o governo não dê uma resposta definitiva sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR). A medida foi reforçada após o anúncio de que a reunião, inicialmente marcada para esta segunda-feira (29), foi adiada para terça-feira (30), por decisão do governador Laurez Moreira.
Segundo a Casa Civil, o adiamento ocorreu porque o governador precisou convocar a secretária da pasta para uma agenda emergencial. O comunicado foi feito ao sindicato ainda nesta segunda-feira (29).
O PCCR é um mecanismo que organiza a carreira dos servidores públicos, estabelecendo critérios para progressões, promoções e reajustes salariais. Para os profissionais da educação, o plano representa valorização, estabilidade e reconhecimento do tempo de serviço, além de garantir impactos financeiros sobre os vencimentos.
O presidente do Sintet, José Roque Santiago, cobrou firmeza do Executivo. “Já houve tempo suficiente para diálogo. O governo precisa assumir a responsabilidade. O projeto está pronto, basta vontade política para encaminhá-lo”, afirmou.
Os deputados estaduais aprovaram, nesta terça-feira, 9, urgência na tramitação de um requerimento do deputado Marcus Marcelo (PL), solicitando que o governador em exercício, Laurez Moreira (PSD), mantenha o compromisso firmado pelo então governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) de enviar para a Assembleia Legislativa o projeto do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores da Educação Básica estadual. De acordo com o parlamentar, o Governo do Estado comprometeu-se a enviar a matéria ao Legislativo no mês de setembro.
O deputado reforçou que a revisão e adequação salariais da Educação são esperadas desde 2014. “Eu participei de várias reuniões até se chegar ao entendimento sobre o texto do PCCR e ao compromisso de que o governador Wanderlei o encaminharia à Assembleia para apreciação neste mês. Por isso, esperamos a manutenção do compromisso”, declarou Marcus Marcelo.
O proponente disse, em seu pronunciamento, que o fortalecimento da Educação também passa por melhorias nas condições de trabalho e salários, reconhecendo a fundamental atuação dos profissionais na qualidade do ensino ofertado e nos índices educacionais.
Na tribuna, o deputado Professor Júnior Geo (PSDB) também defendeu a manutenção do compromisso do Poder Executivo de enviar a matéria do PCCR para a Aleto no prazo acertado anteriormente. “Os servidores da Educação continuam cobrando a revisão dos salários e das suas carreiras. Já estamos adentrando a segunda semana do mês. Claro, sabemos das tribulações que ocorreram, mas necessitamos de uma resposta. Que seja cumprido o planejamento referente ao novo PCCR da Educação”, posicionou-se Geo.
O presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), deputado Amélio Cayres (Republicanos), assegurou que o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos profissionais da Educação será votado com agilidade, assim que chegar ao Legislativo. A proposta, que representa um avanço histórico na valorização da categoria, está prevista para ser encaminhada pelo Governo do Estado no mês de setembro, após publicação do Relatório de Gestão Fiscal do segundo quadrimestre.
“Chegamos a um denominador: o projeto está pronto, legítimo e legitimado pela classe por meio de seus representantes, os sindicatos. O governo e a equipe econômica estão tomando todas as medidas possíveis e cabíveis. Chegando a esta Casa, nós, deputados, imediatamente vamos votar, dando a essa classe, que tanto merece, a oportunidade de progredir na carreira”, destacou Cayres durante reunião realizada nessa terça-feira, 1º de julho, no Palácio Araguaia.
A declaração do presidente da Aleto reforça o compromisso do Legislativo estadual em atender às demandas da Educação. O novo PCCR foi construído por uma comissão composta por representantes das Secretarias de Estado da Educação (Seduc), Fazenda (Sefaz), Administração (Secad) e Planejamento (Seplan); do Instituto de Gestão Previdenciária (Igeprev); da Assembleia Legislativa; e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Tocantins (Sintet).
A proposta prevê impacto financeiro de mais de R$ 150 milhões anuais e contempla tanto os servidores ativos quanto os inativos. A nova tabela salarial será unificada e organizada conforme a titulação dos docentes, com ganhos significativos, especialmente para professores com especialização, mestrado ou doutorado.
Para o secretário de Estado da Educação, Fábio Vaz, o momento representa um marco para a categoria. “É justiça sendo feita. Como professor de carreira, espero por isso há muito tempo. Agora, com o compromisso do Governo e do comitê gestor, selamos esse avanço, que será realidade a partir de setembro”, afirmou.
A proposta terá efeito financeiro a partir do mês de sua aprovação e o pagamento das novas remunerações está previsto para outubro. Segundo o Governo, o envio do projeto ao Legislativo será possível após a comprovação do reenquadramento do Estado dentro do limite prudencial de gastos com pessoal, tal como determina a legislação fiscal.
Por Asscom | Foto: Clayton Cristus