Texto: Daiane Silva | Foto: Cláudio Kbene
Durante evento em Araguatins, no Tocantins, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma fala enfática sobre o papel do agronegócio na economia brasileira e afirmou que seu governo não age com base em bandeiras políticas, mas sim no compromisso com o desenvolvimento do país.
“Não vou perguntar pra quem o fazendeiro votou, não me interessa. Eu não quero saber se ele é um fazendeiro que faz PIX pra ajudar o Bolsonaro na vagabundagem dele. O que eu quero saber é se ele tá produzindo pra esse país. Se o país tá ganhando com isso, ele vai ter o que merece: ele vai ter crédito”, disse Lula, sob aplausos.
A declaração foi feita durante a cerimônia de entrega de títulos de terra nesta sexta-feira, 27, a famílias do Bico do Papagaio, região marcada pela agricultura familiar e por comunidades assentadas que, historicamente, lutam pela regularização fundiária.
O presidente destacou que o governo federal é um parceiro de quem trabalha na terra, independente do tamanho da produção. “Nós devemos muito à agricultura brasileira. O Brasil tá virando o celeiro do mundo. Temos que garantir crédito tanto pro grande quanto pro pequeno”, afirmou.
Ao mesmo tempo em que homenageou assentados e destacou o papel da agricultura familiar, ele sinalizou abertura para o diálogo com o agronegócio, desde que este contribua para o crescimento do país.
Plano Safra
O governo federal lançou o Plano Safra 2024/2025 com um total de R$ 476 bilhões em crédito para o setor agropecuário, sendo R$ 400 bilhões voltados ao agronegócio e R$ 76 bilhões destinados à agricultura familiar. Além disso, o setor ainda poderá contar com R$ 108 bilhões em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), elevando o potencial total de financiamento para mais de R$ 508 bilhões. As taxas de juros variam entre 7% e 12% ao ano, com condições diferenciadas para pequenos, médios e grandes produtores, incluindo incentivos para práticas sustentáveis.