O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estabeleceu prazo para a retirada de todo o gado criado de forma irregular na Ilha do Bananal, localizada no Tocantins. De acordo com o Edital de Notificação nº 68/2025, publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (29), os rebanhos deverão ser removidos até 31 de dezembro de 2025.
A determinação atinge 88 fazendeiros já notificados e se estende a qualquer pessoa que mantenha animais na região sem autorização, mesmo que não esteja na lista oficial. Além de retirar o gado, os responsáveis deverão desmontar todas as estruturas ligadas à pecuária, como currais, cercas, depósitos e residências. O edital reforça que madeiras nativas usadas nas construções não poderão ser retiradas do local.
Segundo o Ibama, a permanência da atividade representa grave ameaça ao meio ambiente e caracteriza infração administrativa. O descumprimento da ordem pode resultar em multas, apreensão dos animais e demolição forçada das instalações, além de responsabilização judicial com base no Decreto Federal nº 6.514/2008.
A instituição também informou que investiga indícios de fraudes em processos de regularização ambiental e sanitária na região, o que pode gerar responsabilização criminal.
A Ilha do Bananal, considerada a maior ilha fluvial do mundo, abriga povos indígenas e uma biodiversidade única, sendo classificada como área de alta importância ecológica. Por isso, a presença irregular do gado é vista como fator de risco para os ecossistemas locais.
Localização
A Ilha do Bananal está localizada no estado do Tocantins, na divisa com o Mato Grosso, banhada pelos rios Araguaia e Javaés. Reconhecida como a maior ilha fluvial do mundo, ela se estende por mais de 20 mil km² e abriga o Parque Nacional do Araguaia e a Terra Indígena Parque do Araguaia, onde vivem comunidades indígenas como os Karajá, Javaé e Avá-Canoeiro. Além de sua relevância cultural, a região é considerada um dos ecossistemas mais importantes do país pela riqueza da fauna e flora.