AUGUSTINÓPOLIS – Em entrevista ao podcast Quintus, o professor Nilton Souza falou publicamente pela primeira vez sobre a polêmica destruição do prédio da antiga Faculdade do Bico do Papagaio (FABIC), ocorrida em 2024. O caso gerou forte repercussão em Augustinópolis e levou a abertura de investigação pela Polícia Federal.
Durante a conversa, Nilton rebateu críticas feitas por moradores e ex-alunos da instituição. “Cuide da sua vida. Produza. Porque pessoas inteligentes produzem”, disse. Ele também pediu que a população pare de julgar sua conduta. “Para de falar, que você não conhece o Nilton.”
Segundo ele, o prédio demolido era de sua propriedade e a decisão foi tomada antes do imóvel ir a leilão. “Quando eu destruí o prédio ali, quando eu derrubei o prédio que era meu […] veio uma ordem para me prender”, afirmou.

Nilton anunciou ainda que pretende quitar todas as dívidas da faculdade até o dia 31 de dezembro de 2026 e retomar as atividades da instituição. O objetivo, segundo ele, é voltar a ter 120 funcionários e mil alunos. Para isso, pretende arrecadar recursos por meio do loteamento de terrenos. “Vou lotear para pagar as dívidas da faculdade. Porque é justo.”
O professor disse que está enfrentando dificuldades, mas não pretende se omitir. “O professor Nilton quer resolver. Se eu dissesse ‘não quero resolver’, poderiam me prender. Mas não é o caso. Eu quero resolver”, declarou.
O caso
A demolição do prédio da FABIC ocorreu poucos dias antes do leilão judicial do imóvel, penhorado para o pagamento de dívidas trabalhistas. A destruição causou revolta em Augustinópolis e foi vista por muitos como desrespeito à história da instituição e à cidade.
A Polícia Federal investiga Nilton por supostos crimes como ocultação de patrimônio, sonegação fiscal, fraude à execução, entre outros. Ele é apontado como proprietário de faculdades em várias cidades do país, e há suspeitas de uso de empresas de fachada para evitar o pagamento de dívidas judiciais.
Enquanto parte da população cobra justiça e transparência, Nilton afirma que pretende reerguer a instituição e quitar os débitos. O caso segue em investigação.


