Por Daiane Silva | Foto: Edu Fortes/Secom Palmas
Prefeito de Palmas foi preso acusado de participar de um esquema que vazava informações confidenciais da Justiça. Mas afinal, o que está acontecendo? Entenda o caso.
A prisão do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), na última sexta-feira (27), deixou muita gente surpresa e com uma pergunta na cabeça: por que ele foi preso? A resposta envolve uma investigação complexa sobre o vazamento de informações sigilosas de dentro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), algo que pode ter impactado diretamente ações da Polícia Federal no Tocantins.
Eduardo não foi o único preso. Também foram detidos o advogado Antônio Ianowich Filho e o policial civil Marco Augusto Albernaz, suspeitos de fazer parte de uma rede clandestina que monitorava, vendia e repassava informações protegidas por sigilo a pessoas investigadas.
Como tudo começou?
Essa história tem origem em outra operação da Polícia Federal, chamada Operação Máximus, que investiga corrupção no estado. Durante essa investigação, o celular de um desembargador foi apreendido. Nele, os agentes encontraram conversas que levantaram um novo alerta: informações sobre investigações estavam vazando antes da hora, e chegavam às mãos de políticos, advogados e outras figuras influentes.
A partir disso, nasceu a Operação Sisamnes, que agora chega à sua nona fase, com a prisão do prefeito da capital.
O que o prefeito tem a ver com isso?
Eduardo Siqueira é acusado de ter vazado informações sigilosas para um advogado, justamente Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). Em maio, a PF já havia feito buscas na casa e no gabinete de Eduardo. Agora, com novos indícios, o STF autorizou a prisão preventiva.
O prefeito nega qualquer ilegalidade. Ele reconhece que conhece Thiago, com quem mantém uma relação de afeto, mas afirma que só indicou um advogado para ajudá-lo, sem repassar informações secretas.
E o governador está envolvido?
O nome do governador aparece nas conversas que motivaram a investigação, mas Wanderlei Barbosa não é investigado nesta fase da operação. Sua defesa afirma que ele não recebeu informações privilegiadas e que acompanha o caso com tranquilidade.
Qual a gravidade disso tudo?
Se confirmadas as suspeitas, estamos diante de um esquema que compromete a confiança na Justiça. A rede investigada pode ter sido usada para proteger aliados políticos, atrapalhar ações policiais e influenciar o rumo de processos judiciais.
E agora?
Com a prisão de Eduardo, quem assume a Prefeitura de Palmas é o vice Carlos Velozo (Agir). A Prefeitura afirmou que as investigações não têm ligação com a gestão atual e que o prefeito está colaborando com a Justiça.
Enquanto isso, a Polícia Federal continua tentando entender quem fazia parte da rede de vazamentos e quais interesses estavam por trás de tanta troca de informação escondida.