Rolezinho 244

Sem cavalo de pau e com toque de recolher: Justiça solta jovens do Rolezinho 244

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Jovens presos na Operação Rolezinho 244 são soltos em Augustinópolis, mas cumprem medidas cautelares: toque de recolher e proibições

Na noite desta sexta-feira (19), os jovens que haviam sido presos e apreendidos durante a Operação Rolezinho 244 foram liberados da Unidade Prisional de Augustinópolis, no Bico do Papagaio. A soltura foi determinada pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, com a substituição das prisões temporárias por medidas cautelares diversas, previstas no Código de Processo Penal.

A operação, deflagrada no início da semana, investigava a atuação da chamada “Turma do Grau 244”, grupo apontado pela polícia como responsável por promover eventos e práticas ilegais em vias públicas, incluindo manobras perigosas com motocicletas, ostentação ilícita e desordem organizada. Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de prisão temporária, 5 de internação provisória de menores e 25 de busca e apreensão, resultando na coleta de vasto material probatório.

Segundo a decisão judicial, as diligências mais sensíveis já foram concluídas, o que permitiu a revogação das prisões sem comprometer a continuidade da investigação. O magistrado destacou que a medida extrema cumpriu seu objetivo inicial de viabilizar a coleta de provas e confissões, mas que agora poderia ser substituída por alternativas menos gravosas.

Restrições impostas

Entre as medidas cautelares determinadas pela Justiça estão:

Proibição de participar ou organizar “rolezinhos” e eventos semelhantes, ainda que sob caráter cultural, esportivo ou beneficente;

Proibição de realizar manobras perigosas com veículos, como empinar motocicletas, fazer derrapagens ou “cavalos de pau”;

Proibição de conduzir veículos automotores, mesmo com habilitação provisória;

Proibição de criar ou administrar perfis e grupos em redes sociais relacionados às práticas investigadas;

Proibição de ausentar-se da comarca sem autorização judicial;

Recolhimento domiciliar entre 20h e 6h, além de todo o período de fins de semana e feriados, com exceção de atividades laborais ou escolares essenciais.

Continuidade da investigação

Embora os investigados tenham sido colocados em liberdade, a decisão ressalta que o processo segue em andamento e que o descumprimento das medidas pode resultar em nova prisão. O Ministério Público foi notificado para acompanhar o cumprimento das determinações.

A Operação Rolezinho 244 ganhou repercussão na região por mirar um fenômeno crescente entre jovens que utilizam as ruas como palco para encontros e exibições, muitas vezes colocando em risco a própria vida e a de terceiros.

Operação “Rolezinho 244” prende suspeitos de manobras perigosas no Bico do Papagaio

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TOCANTINS – Uma grande operação policial realizada nesta quinta-feira (11) mobilizou mais de 80 agentes das forças de segurança no Bico do Papagaio. Batizada de Rolezinho 244, a ação teve como alvo grupos que promoviam manobras arriscadas de motocicletas em vias públicas e divulgavam as práticas em redes sociais.

Foram cumpridos 50 mandados judiciais em seis cidades da região: Augustinópolis, Praia Norte, Sampaio, São Miguel do Tocantins, Araguatins e Buriti do Tocantins. O balanço aponta 20 prisões temporárias, 5 internações provisórias de adolescentes e 25 mandados de busca e apreensão. Todos os presos foram levados para a Unidade Prisional de Araguatins.

Crimes investigados

De acordo com a Polícia Civil, as investigações envolvem infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro e no Código Penal, incluindo direção perigosa, falta de habilitação, adulteração de placas de veículos, além da apologia ao crime em postagens virtuais. As redes sociais, segundo os investigadores, eram usadas para atrair mais participantes e exibir as manobras.

Medidas da Justiça

A Vara Criminal de Augustinópolis determinou medidas para frear as práticas ilegais. Entre elas, a suspensão imediata dos perfis de investigados usados para divulgação das manobras e a proibição de criação de novas contas para esse fim. Também foi decretada a suspensão do direito de dirigir ou de obter habilitação por pelo menos um ano para os 25 investigados.

Declaração da Polícia

O delegado Jacson Wutke, que coordenou a operação, explicou que as ações têm caráter preventivo.

“Essas condutas colocam em risco não só quem pratica, mas toda a coletividade. A intenção é evitar tragédias e salvar vidas. A sociedade espera uma resposta firme, e a Polícia Civil está atuando com rigor”, destacou.

Operação contou com apoio da Polícia Militar, que lavrou autos de infração durante as apreensões/ Foto: Divulgação

A operação contou com apoio da Polícia Militar, que lavrou autos de infração durante as apreensões; da Polícia Penal, responsável pelo encaminhamento dos presos; e da Polícia Científica, que realizou perícias nos veículos e locais das ocorrências.

Riscos reais

Casos recentes mostram os perigos dessas práticas. Em junho, em Araguaína, uma mulher de 44 anos morreu atropelada por um motociclista que fazia manobras conhecidas como “grau” ao atravessar uma faixa de pedestres. O acidente gerou comoção e reforçou a necessidade de ações mais enérgicas.

Continuidade das investigações

As apurações prosseguem para identificar outros envolvidos que ainda não foram alcançados. A expectativa é de que novas medidas sejam tomadas para coibir a prática na região.