Overclean

Ex-secretário da Seduc e servidor são presos em nova fase da Operação Overclean

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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (31) o ex-secretário-executivo da Secretaria de Educação do Tocantins (Seduc), Éder Martins Fernandes, e o servidor Danilo Pinto da Silva. Segundo as investigações, os dois são suspeitos de tentar obstruir o trabalho da PF, monitorando a sede da corporação em Palmas para se antecipar a possíveis mandados judiciais.

A ação faz parte da nova etapa da Operação Overclean, que investiga um esquema de desvio de recursos públicos oriundos de contratos financiados com emendas parlamentares.

Em nota, a Seduc afirmou que tem colaborado com as apurações e que suspendeu pagamentos de contratos com empresas sob investigação. A pasta informou ainda que segue todas as determinações judiciais e que os valores dos contratos investigados foram bloqueados pela Justiça Federal.

A defesa dos dois presos declarou, por telefone, que respeita a atuação da Polícia Federal, mas discorda das prisões, alegando que não houve tentativa de embaraçar as investigações. O advogado disse ainda que só tomará novas medidas após ter acesso formal ao auto de prisão.

De acordo com a PF, a operação tem como meta desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes em licitações, corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.

Quem são os investigados

Éder Martins Fernandes, conhecido como Edinho, é servidor efetivo da Seduc desde 2011, onde ingressou como professor. Natural de Figueirópolis, ele já exerceu diversos cargos públicos, entre eles a presidência da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), em 2015, e a Secretaria de Desenvolvimento Social de Gurupi.

Em 2018, Edinho disputou uma vaga na Assembleia Legislativa, obtendo 8.328 votos e ficando como primeiro suplente. Em 2021, foi nomeado secretário executivo da Educação, Juventude e Esportes, durante o governo de Wanderlei Barbosa, e deixou o cargo em setembro deste ano.

Já Danilo Pinto da Silva atua na gerência de auditoria da gestão pessoal da Seduc, cargo que ocupa desde novembro de 2023. Ele também é investigado por supostamente tentar interferir nas investigações.

Após as prisões, os dois foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Palmas para o exame de corpo de delito. Durante a chegada ao local, Éder Fernandes declarou à imprensa que não houve irregularidades nos contratos:

“O contrato não é questionado, não teve problema nenhum, nem fomos nós que licitamos. Não houve obstrução, mas o delegado entendeu assim e cabe a nós respeitar”, disse.

Entre os alvos desta fase da operação também estão Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, e Ítalo Moreira de Almeida, ex-diretor administrativo da Seduc.

A Secretaria de Educação informou que Ítalo Moreira não faz mais parte do quadro funcional desde setembro de 2024.

A defesa de Claudinei Quaresemin declarou que ainda não teve acesso aos autos e sustentou que o ex-secretário não tem relação com os fatos investigados, já que deixou o cargo em 2021.