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Mutirão leva esperança, saúde e cidadania aos quilombolas do Jalapão

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Foto: Dona Amélia Batista/ TJTO

Em meio às paisagens do Jalapão, um movimento diferente tomou conta de Mateiros nesta semana. Médicos, servidores da Justiça e voluntários se uniram para levar saúde, informação e cidadania a comunidades quilombolas que vivem distantes dos grandes centros. A ação faz parte do mutirão “Justiça Cidadã no Cerrado”, uma iniciativa da Justiça Federal em parceria com o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO).

Entre os muitos atendimentos realizados, um gesto simples marcou o dia de Jardilene Alves Batista, moradora da comunidade Rio Galhão. Ela trouxe a mãe, Dona Amélia Pereira Batista, de 79 anos, para participar da ação.
“Se fosse pra fazer tudo isso lá em Barreiras, eu ia gastar mais de cinco mil reais. Aqui, fizemos tudo de graça e fomos tratadas com muito carinho”, contou Jardilene, emocionada.

Dona Amélia saiu do local com os óculos novos, documentos atualizados e exames de saúde em dia. Tudo isso sem precisar enfrentar os mais de 300 quilômetros até o município baiano onde costumava buscar atendimento.
“Foi uma bênção pra nós. Espero que venham outras vezes, porque isso é mais que caridade, é cuidado”, agradeceu.

Além dos serviços de saúde e documentação, o mutirão também abriu espaço para conversas importantes. Mulheres de várias comunidades participaram de uma roda de diálogo sobre violência doméstica, promovida pela Ouvidoria e pela Coordenadoria da Mulher (CEVID) do TJTO.

A artesã Laudeci Ribeiro Souza Monteiro, liderança quilombola na região, destacou a importância dessa escuta.

“Muitas mulheres acham que o que passam é normal, mas não é. Quando a gente entende os nossos direitos, perde o medo de denunciar. E isso pode salvar vidas”, afirmou.

Moradoras de outras comunidades também aproveitaram o mutirão. Beloisa Gonçalves, do povoado Carrapato, levou toda a família para atualizar documentos e fazer consultas médicas. Já Ursolina Ribeiro, conhecida pelo artesanato em capim dourado da comunidade Mumbuca, não escondeu a gratidão:
“Essas oportunidades quase nunca chegam pra gente. Quando vêm, a gente sente que não foi esquecida.”

O mutirão segue até esta quarta-feira (22), com uma série de serviços gratuitos oferecidos em parceria com instituições como a Clínica Yano e a Receita Federal, que doou óculos apreendidos em fiscalizações.

Mais do que atendimentos, o projeto tem levado dignidade, cuidado e esperança às famílias que vivem no coração do Cerrado tocantinense.

Daiane Silva, 24 anos, é jornalista tocantinense e augustinopolina de berço. Já trabalhou em rádio e fez assessoria política nas eleições municipais de 2024. Apaixonada por livros-reportagem e inspirada no trabalho de Roberto Cabrini, sonha em seguir no jornalismo investigativo. Também pretende se aprofundar em Ciência Política para entender ainda mais sobre o cenário político e social.

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