Em entrevista com o website FT a diretora do HRA — Hospital Regional de Araguaína — falou sobre as últimas polêmicas envolvendo seu nome. Nessa última semana, médicos do HRA iniciaram um abaixo assinado pedindo sua retirada do comando da instituição, fato classificado pela gestora como uma possível indução ao erro sobre os demais servidores. Segundo Cristiane Uchôa, servidores a procuraram para afirmar que foram enganados pelo médico autor do abaixo assinado, mudando o contexto da abertura do movimento. Cristiane ainda destacou sua nomeação, afirmando que foi uma escolha totalmente técnica.
Também disse não acreditar em um movimento político e muito menos uma reação preconceituosa por ser do Bico do Papagaio. O HRA está fazendo chamamentos para contratação de mais profissionais, afirmou Cristiane. Veja a entrevista.
FT — Segundo os médicos, faltam plantonistas. Até onde isso é verdade?
Cristiane Uchôa: O Hospital Regional de Araguaína é o segundo maior hospital do estado, que atende a 64 municípios para alta complexidade.
Que trabalhamos arduamente para manter a assistência direta, que as especialidades obrigatórias não têm escalas abertas, que a secretaria estadual vem realizando chamamentos para contratação de mais profissionais. Que o hospital está totalmente judicializado, isso aumenta a cobrança da obrigatoriedade dos profissionais, que existem portarias, normativas e leis que regulamentam o serviço público, que devemos garantir o direito dos usuários SUS.
FT— em relação ao seu trato com eles e os servidores em geral, eu até posso entender que o diretor tem que ter um pulso firme, isso é de praxe, e isso pode ter a ver com o seu jeito, que gosta das coisas organizadas?
Cristina Uchôa: Primeiramente, é forçoso essas falas, uma vez que as acusações são de cunho difamatório. Sou gestora de formação e de experiência, sou militante do SUS e defendo o direito dos usuários e o zelo pelo serviço público.
Infelizmente, em especial no hospital de Araguaína, existem outras prioridades que, e com base nas portarias, leis e normativas a gestão pública deve atender o interesse e necessidade do serviço não do servidor, porém, essas acusações estão baseadas unilateralmente e muito minimizada considerando que existem quase 2.000 servidores e estão tomando base assinaturas de uma pequena fração de servidores, que tem assinaturas de pessoas que não servidores e de profissionais da cooperativa.
FT — você acha que esse abaixo assinado tenha cunho político?
Cristiane Uchôa: Acredito eu que não, isso é um mecanismo de defesa de uma minoria de profissionais, que estão na zona de conforte e que, não, não tiveram apoio dos órgãos de controle, secretaria estadual da saúde e outras vias. Acabaram levantando esse movimento que foi aderido por uma minoria. Cumpre informar que recebi várias ligações e mensagens dos profissionais do Hospital Regional de Araguaína de apoio e menções de agradecimento pelo trabalho realizado nesses últimos meses.
Outra situação, esse movimento foi movido por mim, a especialidade que não cumpre os planos de ações da secretaria estadual da saúde e do poder judiciário, que o estado tem uma ACP-desde 2018. Cumpre informar ainda que alguns profissionais assinaram enganados por mentirem sobre a razão do baixo assinado.
FT — segundo a SES não houve nenhum tipo de reclamação em seu canal de atendimento. Isso pode reforçar o cunho político em sua visão?
Cristiane Uchôa: Tudo que está sendo realizado dentro do HRA, é de total anuência da secretaria estadual da saúde, em nenhum momento foi tomada nenhuma decisão sem o consentimento do secretário estadual da saúde. Mas ainda afirmo que isso é movimento de uma minoria de profissionais que, a contar pelas assinaturas dos profissionais que realmente laboram no HRA não representa 25% do quadro de funcionários.
FT— Você vê nos médicos e servidores do HRA uma certa descriminação por ser do Bico do Papagaio?
Cristiane Uchôa: Poderia me vitimizar e dizer que sim, mas tenho certeza de que não, devido à judicialização do HRA e aos problemas enfrentados pela falta de gestão. Foi convocada pela secretaria estadual da saúde para fazer uma intervenção no HRA. Cumpre informar que existe a portaria do Ministério da Saúde que regulamenta o perfil de diretor-geral de unidades públicas de saúde no Brasil, que, na época em que fui convocada a atender esse chamado da secretaria estadual da saúde. Minha nomeação foi inteiramente técnica.